Mananciais: alimento e água

Mananciais: alimento e água

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Programa “Natal Sustentável” oferece pinheirinhos de natal com qualidade e preço justo

A Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, através da Supervisão Geral de Abastecimento promove, no mês de dezembro, o Projeto Natal Sustentável, que comercializa tuias – os famosos pinheiros de natal, produzidos na cidade de São Paulo, de forma agroecológica – sem agrotóxicos ou produtos que agridem o meio ambiente.
Na III edição do projeto, os produtos serão comercializados no Mercadão, nas Feiras livres do Pacaembu e do Morumbi e na Feira da Agricultura Limpa do Parque Burle Marx.
O objetivo da ação é promover a economia solidária. A Supervisão Geral de Abastecimento disponibiliza aos produtores da região de Parelheiros espaços públicos adequados para a comercialização direta dos produtos, o que gera a prática de um preço justo aos consumidores.
Com remuneração adequada ao produtor, o programa elimina a figura do atravessador, que obtém a mercadoria a um valor muito inferior do preço final, aproveitando-se por vezes da dificuldade da comercialização local.  
Além das tuias comuns, haverá outras espécies à disposição dos consumidores, como a tuia maçã, conhecida dessa forma por exalar o cheiro da fruta; a tuia prata, que tem brotos prateados, e a tuia azul, com brotos azulados.

Onde encontrar:
Feira do Morumbi:
PÇA. ROBERTO GOMES PEDROSA
Vendas até o dia 27 de dezembro.
As terças das 7 às 13.

Feira do Pacaembu:
PÇ. CHARLES MULLER
Vendas a partir de 24/11 até dia 23/12
Terça, quinta, sexta e sábado.
Horário das 7 às 13.

Feira do Parque Burle Marx:
Vendas a partir de 19/11 até 17/12
Horário das 7 às 13.

Mercadão Municipal:
RUA DA CANTAREIRA, 306
Vendas até 23/12
Segunda a domingo.
Horário das 8 às 16.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

'Divirta-se', com muito mais saúde!

20.outubro.2011 19:22:57

Tudo fresquinho

por Dado Carvalho

SACOLÃO | não tem ninguém dizendo que moça bonita não paga
Consumir alimentos orgânicos é quase um manifesto. E está mais fácil agora, com a Feira Municipal de Agricultura Limpa, que passa a funcionar aos sábados no parque Burle Marx.
O espaço é pequeno, mas bem simpático. Há os costumeiros legumes, frutas e verduras. Não tem pastel, mas tem caldo de cana e até flores.
A surpresa é que os produtos são todos cultivados na própria região, em áreas de mananciais da zona sul da cidade (o que reduz a poluição decorrente de longos transportes), sem agrotóxicos e fertilizantes químicos.
Nas primeiras semanas, é possível acompanhar o Plantão da Cozinha, em um dos quiosques em frente. Lá, cozinheiros e nutricionistas preparam pratos e dão dicas para os visitantes.
O Divirta-se fez uma listinha de outras feiras pela cidade – afinal, quanto menos for preciso se deslocar, mais sustentável é a compra. A maior parte ocorre aos sábados (um dos únicos dias da semana sem ‘feira’ no nome, mas com mais delas nas ruas).
ONDE: Pq. Burle Marx. Av. Dona Helena Pereira de Moraes, 200, Morumbi, 3313-3365 (opção 7). QUANDO: Sáb. 7h/13h. QUANTO: Grátis.
QUEM QUISER PODE CHEGAR
Feira do Parque da Água Branca
Av. Frabcisco Matarazzo, 455, Perdizes, 3875-2625.
3ª, sáb. e dom., 7h/12h.
Feira Orgânica no Mundo Verde Moema
Av. Cotovia, 900, Moema, 3268-4350.
Sáb., 9h/16h.
Feira Orgânica Parque Previdência
R. Pedro Peccinini, 88, Jd. Adhemar de Barros, 3875-2625.
Sáb., 7h/12h.
Feira de Produtos Biodinâmicos
R. da Fraternidade, 156, S. Amaro, 3815-7862.
5ª, 9h/14h30.
Mercado Municipal Paulistano
R. Cantareira, 306, Sé, 3313-3365.
Sáb., 7h/12h.
Feira Orgânica Ibirapuera
Igreja do Santíssimo Sacramento (estac.). R. Tutoia, 1.125, 3875-2625.
Dom. 7h/12h.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Inauguração da Feira da Agricultura Limpa

 São Paulo está mais verde e ainda mais saudável depois da criação desta primeira feira da Agricultura Limpa!

 São seis agricultores vendendo direto ao consumidor o que plantou e colheu, com respeito ao ambiente.
Rúcula, alface, rabanete, cenoura, morango, tomatinho, banana e caldo de cana são alguns dos produtos comercializados.

Além de levar mais saúde para sua casa, consumindo os produtos da Agricultura Limpa, você incentiva o desenvolvimento dos remanescentes rurais da metrópole, mantém o agricultor em suas terras e garante a produção de água limpa nas áreas de mananciais.


Sim, existe saúde em SP!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

OGM??

"Let folks know when their food is genetically modified, because Americans should know what they're buying."Em tradução livre, “Deixem as pessoas saberem quando sua comida é transgênica, porque os americanos têm o direito de saber o que estão comprando”. A frase foi dita em 2007 pelo então senador e candidato à presidência dos Estados Unidos Barack Obama (veja em Democracy Now).
A promessa está sendo lembrada quando um grande movimento em favor da rotulagem dos alimentos contendo ingredientes transgênicos ganha força nos EUA. Na internet, a campanha Just label it reúne centenas de organizações do país e pede manifestações de apoio a uma petiçãoencaminhada no mês passado pela ONG Center for Food Safety ao FDA (Food and Drug Administration), o órgão do governo que regulamenta os alimentos e os medicamentos, pedindo rotulagem obrigatória dos alimentos transgênicos.
A “Right2Know March”, ou “Marcha pelo Direito de Saber”, está reunindo apoiadores de todo o país numa caminhada que saiu de Nova York em 01 de outubro e seguirá até a Casa Branca, em Washington, onde chegará em 16 de outubro (Dia Mundial da Alimentação) exigindo a rotulagem de todos os alimentos transgênicos.
Estima-se que 80% dos alimentos processados comercializados nos EUA contenham ingredientes geneticamente modificados. Embora sucessivas pesquisas de opinião tenham mostrado que a grande maioria dos estadunidenses gostaria de saber o que há em sua comida (pesquisa realizada em 2010 pela Thomson Reuters mostrou que 93% dos americanos são a favor da rotulagem dos transgênicos), até hoje esse direito não foi assegurado naquele país.
No Brasil, decreto assinado em 2003 pelo ex-Presidente Lula obriga a rotulagem de todos os alimentos (para consumo humano ou animal) que contenham acima de 1% de ingredientes transgênicos. Mas ao contrário do que determina a regra, pouquíssimos alimentos fabricados com soja, milho e/ou canola transgênicos são rotulados no Brasil. Além disso, os poucos produtos que informam no rótulo a presença de ingredientes transgênicos o fazem de maneira insuficiente e em desacordo com o que manda o decreto: incluem o minúsculo símbolo que apresenta um T dentro de um triângulo amarelo, mas sem os dizeres que deveriam acompanhá-lo, dependendo do caso: "(nome do produto) transgênico", "contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)" ou "produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico". O pequeno símbolo, sem os dizeres, não significa absolutamente nada para a grande maioria dos consumidores. Não bastasse isso, algumas empresas ainda estampam, logo abaixo do símbolo, a palavra “Aprovado”, buscando associar um caráter positivo ao misterioso “T”.
E não é só: apesar de a rotulagem não ser cumprida e dos órgãos fiscalizadores fazerem vista grossa para o caso, o próprio decreto da rotulagem vem sendo ameaçado por lideranças da bancada ruralista no Congresso Nacional, que incansavelmente tentam derrubar esta exigência legal. Atualmente tramita na Câmara um projeto de lei (PL) de autoria do deputado Luiz Carlos Heinze - PP/RS (saiba mais em Pratos Limpos), e outro no Senado PL da senadora Kátia Abreu - DEM-TO (saiba mais em Pratos Limpos), ambos propondo, na prática, acabar com a rotulagem dos transgênicos.
Infelizmente, enquanto a rotulagem não é implementada nos EUA e, embora mantida em vigor, não é cumprida no Brasil, restam de fato poucos recursos para que os consumidores de lá e daqui possam saber o que estão comprando (e comendo).

Café produzido em Parelheiros
 Com informações de: Will Barack Obama break his GM food labelling promise? - GENET-news, 07/10/2011.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Sobre humanidades, urbanidades e a agricultura

‘Todo dia ela faz tudo sempre igual’. Pela manhã toma café, come pão, queijo, bolo. Uma fruta, cereais, leite. Todo dia acorda e depende da agricultura, que ainda mantém a humanidade viva neste planeta.
Mas vivendo e aprendendo sobre a agricultura – seja ela urbana, periurbana, rural, metropolitana, que seja limpa, boa e justa! – ando me perguntando sobre o ambiente onde ela está inserida: em que solo, em que ar, com qual água, quem somos nós os cultivadores, quem somos nós os comedores?
Se a planta capta CO², libera oxigênio e, no caminho, produz energia alimentar, que tipo de alimento produz quando há tantos outros poluentes além do CO²? E se nossos rios estão tão sujos assim, como estarão nossas plantas, irrigadas ou cultivadas em suas margens?
‘E agora, José?’ É olhar para a Grande São Paulo e, diante das toneladas de gases tóxicos do ar e metais pesados na água, desistir de plantar? Seria mais seguro e sustentável buscar os produtos vindos de bem longe daqui?
Não. Sei que não.
Agora é tempo de olhar para os rios e desejar ver a água limpa. Desejar e intentar fazer: separar o lixo é importante, reutilizar e consumir menos pode ser ainda mais eficiente no controle dos resíduos poluidores de nossa água. Produzir húmus com as cascas de alimentos, restos de frutas e folhas, pode ser a minha gota d’água para apagar o incêndio da floresta. Uma gota. Mas quero fazer a minha parte.
E quero respirar. Diante deste céu cinza de gases, chuva ácida, fumaça de escapamento, plantar pode ser a rosa branca na boca do canhão. É poético, mas ainda não resolve. É preciso agir para despoluir o ar, propor alternativas de energia limpa, transporte coletivo de qualidade, um dia sem carro, dois dias sem carro, todos os dias sem carro!
Porque sustentabilidade envolve a vida toda, inteira, suas várias faces e nossos tantos papéis. Quero comer um alimento vivo e seguro. Quero respirar ar puro, beber água limpa. Quero caminhar de volta pra casa, colher e comer as pitangas da Avenida Sumaré. Quero andar de bicicleta na margem do Rio Pinheiros e achar seu odor muito agradável. E quero, sobretudo, que estas sejam escolhas possíveis para todos os moradores desta metrópole.
Quero, por fim, deixar para a poesia e para a história a ‘feia fumaça que sobe, apagando as estrelas’.
(Texto de Nadiella Monteiro, inspirada pela história da urbanização paulistana e nosso mortal vício rodoviário: http://vimeo.com/14770270)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Agricultura Limpa no Estadão: Agroecologia preserva mananciais

Os cerca de 400 agricultores da capital paulista terão de adotar práticas conservacionistas

Quarta, 23 de Março de 2011, 00h02
Filipe Araújo/AE
Agroecologia preserva mananciais
Produtores da capital, como Batista, que quer produzir cachaça orgânica, assinaram o Protocolo
Tânia Rabello, Suplemento Agrícola, Estadão
Uma revolução silenciosa começa a tomar corpo na região de mananciais do município de São Paulo, no extremo da zona sul. Esta revolução passa necessariamente pela agricultura e pode se tornar uma alternativa efetiva para preservar o meio ambiente e a água consumida pelos 19 milhões de habitantes da Grande São Paulo.

Números surpreendentes se escondem nas fronteiras do município, não só na zona sul, mas também nas zonas norte e leste, onde se abrigam, no total, 402 agricultores cadastrados. A área agricultável da megalópole paulistana representa 15% da superfície do município, de 1,5 milhão de quilômetros quadrados. Em plena capital se produzem hortaliças, plantas ornamentais e grãos. É na área de mananciais, as Represas Billings e Guarapiranga, que está a maioria desses agricultores: 311. O restante mantém lavouras na zona leste, com 50 agricultores, e zona norte, com 41.

O "nome" da revolução é agroecologia. E o sobrenome é "Protocolo de Boas Práticas Agroambientais". Até agora poucos, porém empolgados, 34 produtores da região de mananciais assinaram o protocolo, proposto em setembro de 2010 pelo governo estadual e pela prefeitura. Eles devem servir de exemplo para alguns ressabiados agricultores da região, que aguardam por resultados positivos antes de aderir.

Conservacionismo. A assinatura significa que esses agricultores se comprometem a adotar práticas agrícolas sustentáveis, entre elas abolir o uso de agrotóxicos e adubos químicos e preservar mata nativa, nascentes, prevenir erosão e manter o solo permeável, desistindo, por exemplo, do uso da plasticultura (estufas). A região é pródiga em hidroponia, técnica de cultivo que utiliza adubo químico solúvel em água e o plástico nas estufas. O prazo estipulado pelo protocolo para a conversão para a agroecologia é 2014.

"A ideia é transformar essas áreas, a médio prazo, em polos produtores de agricultura orgânica, além de garantir meios justos de comercialização e escoamento da produção", ressalta a diretora do Departamento de Agricultura e Abastecimento da Secretaria de Abastecimento do Município de São Paulo, Nadiella Monteiro.

"Fixando-se na atividade, além de garantir uma forma ambiental e economicamente sustentável de vida, o agricultor não fica forçado a vender a terra, eliminando o risco de ela se transformar em loteamentos clandestinos, uma das principais ameaças à qualidade das águas que abastecem a capital", explica Nadiella.

Em troca à adesão ao protocolo, o município dá assistência técnica especializada, por intermédio das Casas de Agricultura Ecológica. São três: a Unidade Sul, a Unidade Leste e a Unidade Norte. Na Unidade Sul, a Casa de Agricultura Ecológica José Umberto Macedo Siqueira, em Parelheiros, há dois engenheiros agrônomos, um engenheiro ambiental e uma estagiária de agronomia.

Cachaça orgânica. "Eu nunca havia tido nenhum tipo de assistência por aqui", diz o produtor José Geraldo Batista, de 45 anos e agricultor desde os 7, quando ajudava o pai, em Minas Gerais. Nos 7 hectares que arrenda para plantar cana e uma ornamental chamada "buchinha", conta com a assessoria da Casa de Agricultura e acabou de formatar um projeto de 80 mil litros/ano de cachaça orgânica. "Só falta a Cetesb autorizar", comemora Batista, que, não fosse a assistência dos agrônomos, teria cometido o erro de construir o alambique a menos de 30 metros de um curso d"água. "Tive de parar a construção, após receber orientação."

A cana já viceja no campo e ele espera produzir as primeiras garrafas de cachaça orgânica "made in Guarapiranga" até o fim do ano. Enquanto isso, Batista tem renda vendendo a buchinha a atravessadores. "Leva dois anos para colher e eles me pagam só R$ 2 por unidade. É muito pouco", lamenta ele.

Outra empolgada agricultora é Valéria Maria Macoratti, que cultiva, em sociedade com Daniel Petrino dos Santos, 3 hectares de hortaliças. "Fiz uma aposta com Daniel, de que conseguiríamos produzir sem adubo químico e veneno", conta ela, que há um ano abandonou o cultivo convencional. "A produção vai muito bem." Além da assistência técnica, Valéria conseguiu vaga num curso de agricultura biodinâmica e está aprendendo a fazer bokashi, um adubo à base de farelo de trigo, farinha de osso, torta de mamona, vermiculita e micronutrientes. "Se comprasse pronto, pagaria mais. Vamos fazer no meu sítio e dividir custos e o adubo."

Mauri Joaquim da Silva, do Bairro Lagoa Grande, em Parelheiros, se considera um dos maiores incentivadores para que os produtores assinem o Protocolo. Ele já começou a adotar práticas conservacionistas em sua horta e torce para que os vizinhos, boa parte deles adeptos da hidroponia, se convençam e assinem também.

"Tive vários problemas, sobretudo com atravessadores, e estava falido", conta Silva, que tem 33 anos e retomou o ânimo com a agroecologia, após fazer um curso da ONG Cinco Elementos, que atua na região com recursos do Fundo Estadual de Meio Ambiente. Agora, em 40 mil metros quadrados, só utiliza práticas conservacionistas e estimula os companheiros a formar uma cooperativa. "Ela ajudará na certificação orgânica, mas principalmente na comercialização", acredita.

Selo Guarapiranga
O Protocolo prevê a instituição do selo, que garante que os produtos da região foram cultivados conforme o manual de boas práticas sociais e ambientais, numa forma de agregar valor.