Mananciais: alimento e água

Mananciais: alimento e água

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Que venha 2011 com mais verde, água limpa e alimento saudável para todos!

Cachaça Orgânica

Com a finalidade de fazer com que o agricultor não apenas sobreviva, mas sim, viva com qualidade no campo, está sendo desenvolvido um projeto de cachaça orgânica na região de Parelheiros, com o objetivo de auxiliar o pequeno produtor nessa atividade, garantindo um valor agregado ao seu produto final e, conseqüentemente, um maior lucro.
As microdestilarias são unidades produtoras de álcool hidratado, destinado ao consumo próprio. Caracteriza-se ainda por requererem menor nível de investimento, tanto agrícola quanto industrial, com menor custo, amortização mais fácil, menor risco de promover poluição ambiental, elas permitem uma melhor distribuição de renda associada e um maior nível de emprego.
Além disso, este projeto, assim que estabelecido, proporcionará benefícios não só para o mantenedor do mesmo, mas também para outros produtores, uma vez que alguns subprodutos excedentes gerados durante a fabricação da cachaça, como o bagaço e a vinhaça, poderão ser distribuídos e aproveitados pelos produtores do entorno, auxiliando na fertilidade do solo, melhorando as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, sem acarretar em custos adicionais.
Não só, mas também, esta atividade servirá como base de produção para futuros produtores, já em relação à região, existe a possibilidade de se desenvolver o turismo rural, mostrando aos turistas todo o processo de fabricação da cachaça. Dessa forma, o projeto da cachaça orgânica tem como objetivo desenvolver um sistema de produção como o próprio nome menciona, orgânico, desenvolvido através da agricultura familiar, abordando o conceito de multifuncionalidade da agricultura.
Sendo assim, foi considerada a necessidade de desenvolver um sistema de produção agrícola que fosse o menos possível impactante ao meio ambiente, ainda mais pela região possuir áreas de mananciais como as Represas Billings e Guarapiranga, e também, um sistema que agregasse valor à matéria-prima produzida na propriedade, mantendo o produtor no campo, de forma com que ele viva com qualidade através do seu trabalho.
(Texto: Aline Dias Ferreira de Jesus, Estagiária de Agronomia)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Projeto Natal Sustentável

Estamos na fase final da edição 2010 do Projeto Natal Sustentável. Organizado pela Supervisão Geral de Abastecimento, este projeto visa promover a venda de árvores de natal, tuias, diretamente entre produtor e consumidor, proporcionando melhor renda a quem produz, incentivando seu trabalho e garantindo a permanência do agricultor nas áreas de mananciais, produzindo, assim, água para esta cidade.
Neste ano contamos com a venda direta em alguns espaços públicos de comercialização: Mercado Municipal de Pinheiros, Sacolão da João Moura, Mercado Municipal Paulistano e a feira da AAO, no Parque da Água Branca.
Além de uma novidade: a possibilidade da venda para as floriculturas dos mercados e sacolões municipais! Esta nova via de comercialização possibilitou não apenas um incremento de renda para os produtores, como uma possibilidade de comércio ao transcorrer do ano através de parcerias entre os comerciantes e os participantes do projeto, situação que se torna notória através do Marcos, responsável pelas Flores Dora do largo do Arouche, com o qual estamos trabalhando para viabilizar um projeto visando à diversificação da produção de plantas ornamentais e o estabelecimento de um novo canal direto de escoamento da produção, gerando renda ao produtor durante todo o ano e minimizando os impactos negativos dos atravessadores na região.
Na reta final do projeto, já podemos fazer um balanço de alguns resultados: em relação à edição do ano passado alguns produtores conseguiram expandir a renda oriunda das tuias em até 300%, como o produtor Wanderlei Amorim que pode ser destacado como um dos produtores mais engajados e proativos do projeto e que se mostrou muito contente com os resultados obtidos através de sua participação e nos deu o seguinte relato: “consegui até arrumar o meu carro e com isso vou conseguir fazer algumas entregas”, aumentando dessa maneira as suas possibilidades de renda.
Em relação aos resultados não tangíveis, notamos que as políticas públicas podem de fato amenizar as disparidades sociais e econômicas além da minimização dos impactos ambientais de Parelheiros e região. Mas, para que de fato isso aconteça, também é necessário que o produtor esteja engajado e prontificado a mudar, fato que também foi notado pelos produtores que perceberam que quanto maior o envolvimento e comprometimento para com o trabalho e meio ambiente melhor é o retorno financeiro e, consequentemente, a qualidade de vida.
Outro fator gratificante foi ver o contentamento do produtor que acreditou em uma idéia e notou que efetivamente é possível conciliar renda com uma produção sustentável, fato que se tornou notório nas vendas no Parque da Água Branca, onde os produtores tiveram contato com os consumidores que demonstraram grande aceitação em relação ao Selo de Indicação de Procedência Guarapiranga, impulsionando as vendas.
(Texto: Engenheiro Agrônomo Paulo Vinícius da Silva)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

As águas da Guarapiranga

A história

A Supervisão Geral de Abastecimento, da Prefeitura de São Paulo, oficializou, em janeiro desse ano, o Programa Agricultura Limpa.  Este Programa, inicialmente implantado na região sul da cidade, em uma área de mananciais que produz grande parte da água consumida em São Paulo, tem como principal objetivo a produção de água em quantidade e qualidade, através de práticas adequadas de agricultura.
Logo nas primeiras visitas, os técnicos executores do “Agricultura Limpa” constataram que a ocupação irregular daquela área era uma das principais causas de degradação ambiental, ocupação esta originada pelo desestímulo à produção agrícola e pela transformação dos sítios em loteamentos. Além disto, a agricultura realizada pelas famílias ainda presentes, sem nenhuma assistência técnica, prejudicava ainda mais ao meio ambiente com o desmatamento, a contaminação do solo e a poluição das águas pelo uso indiscriminado de adubos químicos e defensivos agrícolas.
Dentre várias atividades, o estímulo à Compostagem, que propõe ao agricultor a substituição dos insumos químicos pela utilização de insumos orgânicos, reduzindo custos aos produtores e o impacto ao meio ambiente, destaca-se como solução, também, para a destinação adequada de resíduos da cidade.
Como forma de incentivar o produtor de plantas ornamentais, a segunda maior ocupação dos agricultores paulistanos, foi realizado o Projeto Piloto “Natal Sustentável”, em fins de 2009. Espaços públicos de comercialização foram ofertados ao agricultor, eliminando a figura do atravessador e garantindo melhor renda para quem produz.
Acreditando na importância da manutenção do caráter rural daquela região e no potencial positivo da atividade agrícola como fator de produção de água, foi desenvolvido por uma equipe técnica interinstitucional o Protocolo de Boas Práticas Agrícolas e Ambientais, com vistas a estimular a agricultura, orientando os agricultores a exerceram uma ação intencional de preservação ambiental, produzindo alimentos orgânicos e gerando renda digna, com um adicional de sustentabilidade.
A Supervisão de Abastecimento, por meio do Departamento de Agricultura e Abastecimento, o qual gerencia o “Programa Agricultura Limpa”, intenta transformar, num futuro próximo, a cidade de São Paulo no primeiro município da América do Sul a ter agricultura 100% orgânica: serão mais de 500 agricultores produzindo plantas ornamentais e verduras de forma ambientalmente correta. Estes agricultores, aderindo ao Protocolo de Boas Práticas Agrícolas, além de receberem o apoio para realizar a conversão de sua agricultura convencional em orgânica, receberão o direito de usar o Selo de Indicação de Procedência Guarapiranga, que indicará, ao consumidor paulistano, que aquele produto, além de local e saudável, garante a continuidade do abastecimento dos mananciais e suas respectivas represas, produzindo água para a população paulistana.